quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Poema para Silvana Violante


Quando contemplo tua Arte, vejo anjos, harpas e violinos
Oiço música no ar, sinto a brisa de mansinho
Navegando, leve, devagarinho
Os gatos ternurentos são feros que embalas
No incosciente e transportas para as telas
Num mar de afluente, onde rios e papoilas
Se vestem de tons suaves


E eu imagino-te ali, doce, terna, dormente
Como se estivesses deambulando...

Um bailado de querubins cresce em teus dedos
Ao manejar dos pincéis.
São génios que gritam, ditam cores de luz
Traços de alegria, genuinidade, sensualidade,
Traços de magia, de cumplicidade

E eu quero, eu desejo entrar nesse
Emaranhado de sensações,
Nesse poema de emoções predispostos ao relento
E que brotam do pensamento adormecido,
Extasiado, mas onde tudo acontece!
A noite cai…… e adormeces no colorido do teu olhar…!

Na disposição das cores, navegas em mar sereno
Onde cresce a calmaria e eu quero te tocar, sentir-te
Ver te e te abraçar, saborear com minhas mãos…
Seres inconfundíveis renascem das
Cinzas de tua imaginação
Da pincelada horizontal, vertical,
No movimento mais que perfeito
Que só tu sabes rasgar, decifrar
E nos permites contemplar!

Quando olho tuas obras
Mergulho em pensamentos que falam
E vejo violetas nas pontas dos teus dedos
Sussurrando em segredo
A Arte mais bela para inventares

Pegam-te na mão e, como se criança fosses, começas
A rabiscar, a colorir, embelezar
Como se da Alma te saísse o pensamento
O querer desabrochar como árvore em Primavera!...
Flores num jardim por cuidar
Esperam tuas mãos de fada para lhes darem vida
E as fazer respirar de aromas quentes de pastel
Violeta, rosa, branco, como a cor do teu Ser

As Mulheres dos teus sonhos são belas, robustas, decididas
Mas também são sensuais, ternas, delicadas
Em suas mãos transportam o futuro em novas vidas
E embalam no sentir, o Verbo Amar
No afogueado da ilusão, na traquinice de crescer
Um mar imenso; flutuante…

Ah! Como são belas tuas obras!...

Tua Arte é divinal! É um coro de serafins
Gotejando lágrimas cristalinas
Suculentas de paixão, harmonia, sinfonia
Esvoaçando em nuvens de algodão,
"O Silêncio das Lágrimas"… .Em confusão…

Ah! Minha querida e doce Silvana Violante
Minha artista adorada!
Tua Arte é instrumento inventado em teu leito
Por sonhos que afagam sem saber
Olhos que manejam o pincel de mil cores ao luar
No rendilhado das estrelas por ceifar
No querer da tua simplicidade
Onde existe a alegria, carinho
Ternura, amizade

És um Ícone de luz imaginária
Descrevendo o sorriso desalinhado em teu ventre
Alguém que acalenta, amamenta a Liberdade.
Que dispõe em Garças douradas os requintes triturados
De prazer prefigurado
Em estrelas de marfim que se fazem com o vento
Em contraste, entre a terra e o mar

Na despida das paisagens
Onde murcham cores acinzentadas, amareladas
Tu revestes com o som do teu sorrir

Com a meiguice do teu ser aconchegado
Abraças a dor, com a cor da finitude
No aroma de teu ser esboçado
De ternura, na criança que criaste
Em noite de lua cheia e mar azul
Catedrais de sinfonias, pétalas em movimento!!!

Tigres que destilam alegria
São teus gatos que saltam e riem
Tuas telas são textos de poesia
São pautas de harmonia
Esculturas de argila trituradas por amor
Dissolvidas pela brisa
No canto da andorinha
Na gaivota que se despe com o tempo
Numa infinidade de afectos, sensualidade
Debilidade constelar... no firmamento...

Sons, cores, aromas… rios esfumados
Conjugados no espaço e no tempo
Evidenciando longitude, perspectiva
Aspecto vago,
Onde eu quero entrar e desbravar todos
Esses planos difusos, directos
Vencendo a tela para além do tempo,
Da Criação
Do olhar…nesse
“Silêncio das Lágrimas”
Que desejo desfolhar
Em plena Oração!

Maria Amélia Fonseca Fernandes

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